A ex-prefeita Márcia Lucena, de Conde, município localizado no Litoral Sul paraibano, está prestes a se tornar apta a pedir uma ‘música no Fantástico‘. Pelo menos, foi o que ouvi de algumas pessoas que transitavam pelos bastidores da política enquanto comentavam sobre a operação ‘Feira de Mangaio’ realizada nesta quarta-feira (23), na Paraíba.

Para quem não lembra, o quadro ‘pedido de música’ foi adotado pelo programa ‘Fantástico’, veiculado nas noites dos domingos pela Rede Globo de Televisão, e popularizado como uma brincadeira da produção do programa com os atletas que marcam três ou mais gols por jogo, ou seja, se realizou esse feito, que não é nada fácil, pode pedir qualquer música para ser veiculada no programa através de um clipe.

Márcia Lucena não fez três gols, mas, com o nome mergulhado em suspeitas de irregularidades investigadas em duas grandes operações (a Calvário e a Feira de Mangaio), caso se veja envolvida em mais uma poderá escolher a música que quiser, mas, com a triste diferença de que terá de dançar no ritmo que a Justiça determinar… sem nenhum prazer… sem nenhuma beleza.

A operação conjunta ‘Feira de Mangaio’ foi deflagrada para apurar irregularidades na contratação de um grupo empresarial por diversos municípios paraibanos e que teria resultado em  diversas fraudes em procedimentos licitatórios e, Conde, é um dos que estão na lista de investigação.

No caso de Conde, a investigação recai sobre contratos referentes aos pregões de números 43 e 44 do ano de 2018, realizados ainda na gestão da dita ex-prefeita.

Em Conde, a ‘Mangaio’ investiga empenhos realizados pelo município relativos a Restos a Pagar correspondentes aos contratos fechados nos ditos pregões em 2018 para a aquisição de kits escolares. A suspeita é de que teria havido fraudes para desvio de dinheiro público.

Já a ‘Calvário’, aponta Márcia Lucena como uma ‘peça’ importante do que foi apontado como o maior esquema criminoso já registrado no Estado da Paraíba que teria sido montado, também, para desvio de dinheiro dos cofres públicos cujo ‘rombo’, ao todo, ultrapassa, segundo investigações oficiais, o montante de R$ 130 milhões que teriam sido desviados, principalmente, dos setores da Educação e da Saúde públicas.

Márcia Lucena já foi presa, teve bens sequestrados pela Justiça, ficou proibida de sair da Comarca sem autorização, usou tornozeleira eletrônica e, agora, pode estar diante de um replay de todo esse desgaste que poderá aprofundar ainda mais as marcas tristes de sua história enquanto figura e gestora pública