Ultrapassa o limite do suportável os paraibanos estarem obrigados a aceitar diariamente que alguém que fez o que o senhor Ricardo Coutinho fez, desfile o seu rosário de inverdades e hipocrisia no horário gratuito eleitoral da TV e do Rádio, como se fosse um político probo e sério.
Essas brechas da legislação garantem a ele a usurpação desse espaço. Se uma decisão judicial acertada e preventiva vetou que ele usasse o fundo eleitoral, também se faz necessário que outra decisão arranque essa aberração dos espaços reservados aos bons políticos.
No comércio, quando alguém não tem crédito, lhe é negado o direito de contrair uma dívida para que não passe novo calote.
A Justiça Eleitoral deveria, então, preventivamente, negar aos fichas sujas como Ricardo Coutinho uma nova oportunidade até que cumpra o período de penalidade de duas eleições ao qual foi condenado.
Deixar que ele passe um calote no eleitor por estar pedindo um voto que será anulado equivale a um banco fornecer toda semana um novo talão de cheques a um estelionatário.
O paraibano, no entanto, saberá separar o joio do trigo, os fichas limpas dos fichas sujas. O problema é que alguns desavisados, como mostrou uma pesquisa do Ipec encomendada pela TV Cabo Branco, vão vender fiado a esse caloteiro de lábia persuasiva.
Mas a deadline desse ficha suja tem apenas alguns dias e a verdade virá à tona. Ricardo Coutinho não pode e não será candidato. É apenas esperneio.
Por Décio Alcântara